Quanto custa um amor?

Ariadne L.

 

Disclaimers

Copyright: Nenhum em relação a utilização de personagens. Essa é uma estória Uber, portanto as personagens são minhas guardando apenas algumas características básicas das personagens de um certo show de tv.

Plágio: Esta Fanfic é uma cópia desavergonhada de uma estória que li a muito tempo publicada pela Abril Cultural em sua série Sabrina chama “A Ilha dos Desejos” (Beware the Beast) de Anne Mather, publicada pela primeira vez em 1976. A situação em bloco é a mesma, bem como várias cenas da referida estória, mas como não poderia deixar de ser a situação principal foi completamente modificada e rearranjada já que esta Fanfic trata da relação entre duas mulheres e não entre um homem e uma mulher.

Sexo: Se os deuses permitirem, muito.

Hurt/Comfort: Muito, reprimido, algum manifestado.

Violência: Nenhuma.

© 2000 Ariadne L.

Comentários construtivos devem ser enviados para ariadne_l@hotmail.com

Capitulo I
Parte 2

Ao chegar em casa Letícia foi direto para seu quarto evitando passar pela cozinha, o que era sempre seu hábito, para não ter que falar sobre o assunto com sua velha cozinheira. Maria era com certeza muito mais do que uma simples cozinheira, mas Letícia tinha certeza que não conseguiria falar sobre o assunto com ninguém. Ela não sabia como havia conseguido dirigir até em casa. Seu corpo inteiro parecia tremer. “Meu Deus! O que vou fazer? Meu pai, meu pai me vendeu”. As lágrimas que ela evitou que caíssem durante toda a entrevista e durante todo o percurso de volta para casa, agora deslizavam copiosas por suas faces. O sentimento de impotência e de inevitabilidade a estava deixando muito cansada, e seus pensamentos não lhe davam descanso. Mas o que ela poderia fazer? Pelo que o advogado havia dito não havia muito a ser feito a não ser se submeter àquele contrato vil.

Ela fechou as cortinas, trancou a porta do quarto e se jogou na cama chorando. “Droga! Droga! O que vou fazer? E o Marcos? Ele deve estar voltando de viajem por esses dias”.

Marcos Santana, um jovem promissor na firma de seu pai, foi seu único companheiro nos dias que se seguiram ao acidente que matara Roberto Antunes. O rapaz que viera a pedido de seu pai pegar alguns documentos em sua casa encontrou Letícia e os dois se deram muito bem. Letícia viu nele um bom amigo, Marcos se apaixonou pela moça, e os dois começaram a namorar pouco tempo depois. Embora Letícia não estivesse interessada em estabelecer nenhuma relação romântica, se viu envolvida por uma situação a que ela simplesmente não teve como dizer não. Ela gostava de Marcos, ele era carinhoso e estava sendo muito paciente com ela.

Letícia, sem conseguir dormir lutava com os pensamentos que pipocavam em sua tumultuada cabeça. “O que ela diria a Marcos? Ele quisera antes de viajar marcar o casamento, o que é claro ela achava uma loucura, mas de qualquer forma ela estava pensando no assunto. Como ela iria explicar toda essa situação para o rapaz? E acima de tudo: Como eu vou me relacionar sexualmente com uma mulher?” Marcos tinha sido seu primeiro parceiro sexual, e ela nem havia gostado tanto assim. Eles interromperam o “interlúdio amoroso” por conta das dificuldades pelas quais Letícia estava passando por conta da morte de seu pai. Mas esse período não iria durar para sempre, e de qualquer forma, ela realmente não sabia o que iria acontecer com ela. “Será que a tal mulher a levaria para algum lugar? Será que ela iria vir a sua casa quando quisesse fazer uso de seus direitos? E como diabos ela iria se relacionar com uma mulher? E que tipo de mulher era essa que precisava comprar pessoas para se relacionar? Devia ser um monstro de feiúra com certeza, e provavelmente gosmosa, definitivamente gosmosa. E como era iria se relacionar com uma mulher acima de tudo gosmosa? Que droga! Como ela tinha sido idiota em confiar cegamente em seu pai. E que tipo de homem era seu pai afinal? Um pai que vende a própria filha para saldar dívidas de jogo? Por que tinha sido isso, não?”.

Depois de um bom tempo pensando todas essas coisas sem cessar, Letícia acabou por adormecer. Um sono povoado de pesadelos, onde ela não tinha como escapar de uma situação de grande perigo para ela. Até que ela viu alguém... uma cor azul... uma imagem enevoada toda azul...

Letícia acordou algumas horas depois com uma batida insistente na porta de seu quarto:

– Dona Letícia, a senhora está aí? – perguntava aflita uma das empregadas.

– Só um momento – respondeu Letícia levantando da cama enquanto falava. Abrindo a porta, Letícia viu a jovem copeira, Alice, um pouco corada, e parecendo muito sem graça.

– Dona Letícia, me desculpe, mas há uma mulher estranha aí embaixo querendo falar com a senhora. Maria atendeu a porta e a levou para a biblioteca, e me pediu que viesse chamá-la.

“Oh céus!” pensou Letícia – “Deve ser a tal Alexia. Uma mulher estranha só poderia ser ela. Meu Deus! Uma mulher estranha!”

– Tudo bem Alice, diga que eu já estou indo.

Dizendo isso Letícia fechou outra vez a porta. Sua cabeça estava a mil. “Será que era a tal Alexia mesmo? Mas teria dado tempo? Ela olhou seu relógio de pulso, já se passara umas três horas desde que saíra do escritório do Dr. Pacheco. Será que é ela? E se for o que eu faço? Droga! Droga! Droga!”

A moça foi ao banheiro, lavou o rosto – ela não iria se maquiar – “Afinal para que se enfeitar para essa tal?” Trocou de roupa, optando por uma calça jeans e uma camiseta bem simples. “Quem sabe se ela parecesse bem desinteressante a tal mulher não desistia”.

Letícia acabou de se aprontar, e desceu as escadas vagarosamente tentando imaginar o que iria dizer numa situação estranha dessas. Mas nada de muito consistente vinha a sua idéia no momento.

Entrando na biblioteca, o primeiro pensamento de Letícia, foi algo assim: “Pelos deuses do Olimpo! Como eu vou conseguir me relacionar com isso!” A tal mulher não era propriamente feia, mas correspondia exatamente à idéia da moça quanto a adjetivo gosmosa. Ela estava usando uma roupa muito amassada, e por conta do calor excessivo estava com várias marcas de suor em várias parte de sua vestimenta. A mulher vendo Letícia se aproximar, se apresentou de imediato:

– Letícia Antunes? Eu sou a detetive Silva, da 56ª delegacia, eu estou encarregada da investigar a morte de seu pai, e tomei a liberdade de vir procura-la, porque eu realmente preciso fazer algumas perguntas.

O suspiro de alívio da moça foi audível.

– Algum problema Srta. Antunes?

– Não, não, nenhum problema, disse Letícia quase feliz, sem poder explicar o por que do suspiro. – No que eu poderia ajuda-la?

– Bem Srta. eu não quero lhe causar nenhum desconforto, mas nós descobrimos alguns indícios que estão nos levando a crer que a morte de seu pai não foi acidental.

– Como assim não foi acidental? O carro dele despencou de um barranco numa noite de chuva. O que mais poderia ser?

– Nós ainda estamos fazendo algumas checagens adicionais ao que nós descobrimos, mas há uma forte possibilidade que a morte de seu pai tenha sido suicídio.

– Suicídio? Como assim? O que vocês descobriram para chegarem a esta conclusão? – Letícia sentiu suas mãos frias.

– Uma testemunha.

– Uma testemunha? – perguntou a moça arregalando os olhos.

– Sim, uma testemunha.

– E o que essa testemunha viu ou ouviu que comprova essa possibilidade?

– A testemunha viu o carro de seu pai cair no barranco, mas ele não estava correndo, ele estava indo bem devagar, muito devagar. E o que a nossa testemunha alega é que ela viu o carro ir para o barranco deliberadamente.

– Mas...

– Não precisa nem dizer. Eu já sei o que a Srta vai perguntar. Sim, estava muito escuro, e a iluminação naquela estrada, não é das melhores. Nós fomos lá a mesma hora, e percebemos que a testemunha pode realmente ter visto o carro.

– Suicídio? Meu pai se matou?

– Nós ainda não podemos afirmar nada, mas nós estamos fazendo as perguntas necessárias para podermos estabelecer se foi suicídio ou não.

A detetive Silva, não estava abrindo todo o jogo. É claro que o suicídio era uma possibilidade, mas a polícia não iria perder tempo tentado provar que um homem se suicidou ao invés de cair acidentalmente num barranco. Mas ela sabia que não devia dizer que havia uma forte possibilidade que Roberto Antunes tivesse sido assassinado. Ela só esperava que a moça não percebesse e começasse a fazer perguntas. Era arriscado fazer as coisas desse jeito, mas ela realmente precisava fazer algumas perguntas, e ela precisou de uma história plausível, bem, pelo menos plausível para um leigo.

– A senhorita se incomodaria de responder algumas perguntas?

– Não, é claro que não, eu só não sei se vou poder ajudar muito. Eu estive fora do pais por muitos anos, e retornei há apenas dois meses.

– E seu pai faleceu há apenas um mês. É, talvez a senhorita não possa dar muitas informações, mas eu gostaria de pelo menos tentar.

– Claro, pergunte o que quiser.

continua na parte 3

 

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