Ariadne L.
Disclaimers
Copyright: Nenhum em relação a utilização de personagens. Essa é uma estória Uber, portanto as personagens são minhas guardando apenas algumas características básicas das personagens de um certo show de tv.
Plágio: Esta Fanfic é uma cópia desavergonhada de uma estória que li a muito tempo publicada pela Abril Cultural em sua série Sabrina chama “A Ilha dos Desejos” (Beware the Beast) de Anne Mather, publicada pela primeira vez em 1976. A situação em bloco é a mesma, bem como várias cenas da referida estória, mas como não poderia deixar de ser a situação principal foi completamente modificada e rearranjada já que esta Fanfic trata da relação entre duas mulheres e não entre um homem e uma mulher.
Sexo: Se os deuses permitirem, muito.
Hurt/Comfort: Muito, reprimido, algum manifestado.
Violência: Nenhuma.
© 2000 Ariadne L.
Comentários construtivos devem ser enviados para ariadne_l@hotmail.com
Capitulo I
Parte 3
A gosmosa não ficou muito satisfeita com as respostas de Letícia, mas ela também não poderia exigir que a moça soubesse de coisas que poderiam ter acontecido durante sua ausência do país. Letícia achou algumas das perguntas estranhas, como por exemplo, se ela sabia se seu pai tinha inimigos. O que isso afinal tinha a ver com um possível suicídio? E perguntas como “Você sabe de alguma situação que poderia levar seu pai a pensar em suicídio?” Deixaram a moça gelada e sem saber direito o que dizer. Como ela poderia dizer que seu pai talvez tivesse um bom motivo para se matar? Afinal, pelo que Letícia ficara sabendo essa manhã, seu pai estava numa péssima situação financeira, e tinha vendido a própria filha para tentar resolver seu problema.
Mas finalmente a detetive Silva se fora, deixando Letícia mais uma vez perdida em pensamentos. Nesses dois meses depois de sua volta, ela perdera o pai num acidente, ou talvez um suicídio, começara a namorar um ótimo rapaz a quem ela realmente não amava, tivera sua primeira relação sexual, descobrira que fora vendida e que além de se relacionar sexualmente com uma mulher, coisa que nunca passara pela cabeça da moça, ainda teria que ter filhos de uma forma não muito natural. E o que a estava deixando completamente perplexa, é que ela não conseguia mais sentir absolutamente nenhuma dor por conta da perda de seu pai.
Ela sentira muito a morte de seu pai, afinal ele era sua única família, e agora ela estava sozinha. Mas ela não poderia dizer que a perda de seu pai a tivesse abalado da mesma forma como a morte de sua mãe alguns anos antes. Sua mãe era além de tudo sua amiga, e ela pudera contar com ela para absolutamente tudo. Sua mãe sempre ia visitá-la, o que era estranho imaginar, agora que ela sabia da verdadeira situação financeira de sua família, como teria sua mãe, conseguido financiar todas aquelas viagens? Bem, talvez ela nunca viesse a ter uma explicação, mas com certeza sua mãe teria dado algum jeito para ficar com a filha que ela tanto amava.
Letícia sentia que precisaria agora tomar várias decisões, ou talvez nenhuma, já que, Alexia Bloom era dona de seu futuro, pelo menos de parte dele. Ela resolveu que deveria ler imediatamente as clausulas do tal contrato, para saber exatamente qual seriam suas obrigações. E como ela iria poder cumprir essas “obrigações”.
O contrato era bastante claro a propósito de sua relação com a tal Alexia: “A contratada concorda em se submeter sexualmente a contratante, sem nenhuma reserva ou limite”. “Oh céus! Sem limites! E como seria isso?”. Letícia não conseguia nem de longe imaginar o que seria se relacionar com uma mulher. Ela nunca pensara no assunto, nunca conhecera nenhuma mulher que a fizesse pensar no assunto e nunca se sentira tentada. E agora, ao que tudo indicava, ela teria que se submeter sem limites a uma perfeita desconhecida! Ela só esperava, que a tal Alexia fosse pelo menos isso: perfeita. Mas a idéia da gosmosa, não saia de sua cabeça.
Depois de ler a clausula da gravidez, Letícia resolveu que devia esperar até que conseguisse falar pessoalmente com essa mulher. Como alguém poderia esperar que ela engravidasse nessas condições? Isso era aviltante. Ela realmente achava o processo um enorme progresso da ciência e quando usado de pleno acordo das partes interessadas, uma forma muito sadia de se atingir um objetivo. Afinal várias mulheres que queriam ter filhos e que por algum motivo não pudessem ter, poderiam usar tal processo para realizar um sonho. Mas obrigar alguém a se submeter a isso era uma coisa que Letícia não conseguiria aceitar. Ela tinha alguma esperança de poder negociar com a tal Alexia, alguns dos pontos do tal contrato. Ela precisava ter alguma esperança, qualquer uma.
O dia tinha sido cansativo e definitivamente diferente. A moça resolveu se recolher logo após o jantar. Esconder toda essa situação de Maria tinha sido uma dificuldade suplementar. A mulher parecia ter um radar, e não se convenceu com as explicações esfarrapadas de Letícia a propósito de sua aparência preocupada. Letícia havia dito a Maria que estava preocupada apenas com seus estudos futuros e a volta de Marcos. Ela até disse que o rapaz a havia pedido em casamento, mas ela não queria casar-se com ele. Ao que Maria apenas respondeu: “Não case, oras! Não há o que se preocupar com isso!” O que era a mais pura verdade. Se bem que Letícia estava achando difícil dizer não ao rapaz. “Bem” – pensou ela – “vamos deixar para pensar nesse assunto específico, quando ele voltar”.
O dia seguinte amanheceu radiante, parecendo não dar a menor importância aos acontecimentos do dia anterior. Letícia abriu os olhos e se deparou com a rica claridade do sol. Talvez ela estivesse precisando disso mesmo. Esquecer por algumas horas toda essa confusão e tomar um pouco de sol. Quem sabe ela não teria alguma idéia se conseguisse realmente relaxar. A noite não tinha conseguido ajudar muito neste aspecto. Ela passara uma péssima noite repleta de pesadelos, que ela nem conseguia lembrar direito. O que era estranho é que, apesar de ter certeza de ter tido pesadelos a noite toda, ela podia inclusive se lembrar de alguns, ela não acordara com aquela sensação de desconforto tão natural após esse tipo de evento. A única sensação realmente presente em sua memória – e isso era realmente engraçado – era a mesma que ela tivera depois do cochilo que tirara na tarde do dia anterior. E não era uma sensação que pudesse ser descrita, era apenas uma vaga sensação azul.
Não querendo demorar mais e se perder outra vez em pensamentos que não a levariam a lugar algum, Letícia lavou o rosto, escovou os dentes e colocando seu biquíni, desceu para tomar seu café da manhã decidida a passar um bom tempo na piscina.
Maria estava de bom humor e havia preparado um bom desjejum. Letícia conversou um pouco com sua velha amiga e se dirigiu para a piscina.
O dia estava realmente lindo. O céu azul, sem nuvens, e estava fresco apesar do sol quente. Ainda era cedo. Não devia ser mais do que 9 horas. Letícia tirou a camiseta que vestira por cima do biquíni e mergulhou.
A moça nadou por algum tempo completamente absorta no que estava fazendo. Mergulhou outra vez, nadando debaixo d’água, e ao voltar a tona, viu apenas os sapatos elegantes. Ela foi levantando a cabeça para ter uma visão melhor até que seus olhos se depararam com toda a figura.
– Bom dia Letícia, meu nome é Alexia.
©
2000 - Ariadne L.