Ariadne L.
Disclaimers
Copyright: Nenhum em relação a utilização de personagens. Essa é uma estória Uber, portanto as personagens são minhas guardando apenas algumas características básicas das personagens de um certo show de tv.
Plágio: Esta Fanfic é uma cópia desavergonhada de uma estória que li a muito tempo publicada pela Abril Cultural em sua série Sabrina chama “A Ilha dos Desejos” (Beware the Beast) de Anne Mather, publicada pela primeira vez em 1976. A situação em bloco é a mesma, bem como várias cenas da referida estória, mas como não poderia deixar de ser a situação principal foi completamente modificada e rearranjada já que esta Fanfic trata da relação entre duas mulheres e não entre um homem e uma mulher.
Sexo: Se os deuses permitirem, muito.
Hurt/Comfort: Muito, reprimido, algum manifestado.
Violência: Nenhuma.
© 2000 Ariadne L.
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ariadne_l@hotmail.com
Capitulo I
Parte 1
– Eu não acredito! Eu simplesmente não consigo acreditar nisso! – Disse a moça loura com a voz repleta de desgosto, levantando-se bruscamente de sua cadeira...
– Senhorita Antunes, por favor, tenha calma, eu sei que é uma situação desconfortável...
– Desconfortável?! O senhor disse desconfortável? Isso é um insulto!
– Eu sei minha filha – disse o velho advogado com os olhos baixos – eu posso imaginar como você está se sentindo, mas como eu estava tentando te explicar, nós, aqui da firma, não encontramos nenhuma solução legal para este problema. É óbvio que nós poderíamos tentar um processo, mas no que isso iria dar? Provavelmente naquilo que nós gostaríamos de evitar: Publicidade. Nós acreditamos que não seria bom para você ou para ninguém que isso viesse a público.
– E o que o senhor sugere que eu faça? Aceite essa proposta? Ou melhor, essa chantagem?
– Eu não sei o que te dizer, minha filha, eu realmente não sei o que te dizer.
O advogado parecia uns dez anos mais velhos aos olhos de Letícia. O silêncio da sala por alguns minutos era pesado. Nenhum dos dois sabia exatamente como prosseguir. Até que tomando a palavra, Letícia tentou mais uma vez entender o que estava acontecendo.
– Talvez eu não tenha compreendido muito bem a situação... O senhor realmente está me dizendo que tem um contrato com a minha assinatura, além da do meu pai onde eu me comprometo a ter relações sexuais com uma mulher que eu nem me lembro de ter conhecido e também de gerar um filho para ela com a doação de óvulo, algo como “barriga de aluguel”? É realmente isso, ou eu entendi tudo errado?
– Letícia – disse o homem usando pela primeira vez o nome de batismo da moça que ele conhecia desde bebê – em resumo é isto mesmo. O contrato, na verdade é uma confirmação de um contrato anterior onde seu pai, sozinho, aceitou ceder você a ela em troca de uma vultosa quantia.
– Ele me vendeu. Meu pai me vendeu... e não apenas uma vez, mas duas vezes, e ainda me fez assinar um documento sem olhar o que era, apenas me pedindo que confiasse nele.
Os olhos de Letícia, de um verde muito claro, estavam escuros pela tristeza e decepção. Sua cabeça estava pesada e ela não sabia por quanto tempo mais ela iria conseguir impedir o choro convulsivo que estava lhe tirando o ar. Ela se sentou outra vez derrotada.
O advogado não sabia o que fazer. Aquela situação era revoltante, mas legalmente não se poderia fazer nada. E ele sabia que não iria adiantar apelar para os bons sentimentos dessa tal mulher, era tinha uma fama de implacável e tirana. Ele não a conhecia pessoalmente, mas a fama dela era conhecida em quase todos os meios e os advogados dela foram bastante claros. Ela não estava interessada em compensação financeira, e mesmo que estivesse, de onde a menina iria tirar qualquer dinheiro? Pelo contrato, Alexia Bloom, possuía não só Letícia, como todas as propriedades e fundos deixados a ela por seu falecido pai o que não era tanto assim mesmo que ela viesse a ter acesso a essa herança. Ele sabia que não havia nada a ser feito, mas ver o desespero nos olhos da moça a sua frente era uma coisa que ele não sabia como enfrentar. Ele nem sabia como havia conseguido falar sobre o assunto com a jovem. O pai de Letícia, além de ter sido seu cliente, foi seu amigo por quase 40 anos, e ele não soube dessa situação em nenhum momento. E ele estava muito envergonhado por ter sabido dessa infâmia de seu amigo e por ter sido obrigado a dar a notícia para a moça.
– Dr. Pacheco o senhor tem realmente certeza que não há nada que se possa fazer legalmente? Perguntou Letícia com um sombra de esperança.
– Nós estudamos esse caso aqui na firma cuidadosamente minha filha. Legalmente nós estamos de mãos atadas. O contrato pode ser vergonhoso em todos os sentidos, mas ele é legal, e você o assinou, seu pai não só o assinou como também recebeu uma grande quantia.
– Eu não estou entendendo por que meu pai precisaria de tanto dinheiro e porque ele faria uma coisa dessas comigo.
O advogado engoliu em seco. Pelos céus, a menina não estava sabendo de nada. Mas uma coisa desagradável para anunciar a já arrasada menina.
– Letícia eu acho que você sabia que seu pai gostava muito de jogar cartas...
– Sim, eu sei. Ele jogava com uns amigos todas as semanas, mas pelo que eu sei, era um jogo amigável, onde as apostas eram feitas na base de centavos.
– Bem... não era exatamente isso a que eu me referia. Seu pai não só jogava com esses amigos como também em vários cassinos clandestinos, onde as apostas eram bastante altas. E ele não apostava apenas em jogos de cartas, cavalos, cachorros... qualquer tipo de aposta ou jogo.
– O senhor está me dizendo que meu pai se arruinou financeiramente e para sair das enrascadas financeiras ele me vendeu? Isso não parece muito com a imagem que eu tenho do meu pai. Meu pai, Dr. Pacheco, era um homem bom, muito bom. Todos gostavam dele e o admiravam. Ele sempre foi amado por seus empregados em casa e na firma.
– Letícia você está se esquecendo que seu pai e eu fomos amigos por muito tempo. Eu sei o quanto ele poderia ser simpático e agradável, e eu acredito que ele realmente era um homem muito bom, mas mesmo um homem muito bom é humano, minha filha, e seres humanos tem falhas...
– Eu sei... – disse a moça – mas ainda assim eu estou custando a acreditar que meu pai fez isso comigo. O que eu não estou entendendo... bem , eu não entendendo várias coisas, mas por que essa mulher resolveu usar esse contrato agora e não antes? Pelo que pude entender, esse último contrato data de dois anos atrás.
– Os advogados dela apenas me disseram que ela estava esperando você acabar seu curso na Suíça.
– Isso faz algum sentido, mas me diga uma coisa... se meu pai estava numa situação financeira tão confusa como o senhor está tentando me fazer acreditar, como o senhor explica todas essas despesas comigo? Eu fui estudar na Suíça, fiz além do curso habitual uma variedade de outros cursos, e eu recebi durante todo o período de minha estada lá uma polpuda mesada.
– Alexia Bloom.
– Como assim Alexia Bloom?
– Ela paga todas as suas despesas desde os seus doze anos, a época do primeiro contrato. Pelo que os advogados dela me disseram ela sempre fez questão que você tivesse uma boa educação, e eles também disseram que você poderá continuar estudando se essa for sua vontade.
– Mais que generosidade! – disse Letícia com sarcasmo. E por que diabos ela quer que eu gere filhos para ela? Será que a opção sexual dela a impede de exercer a maternidade por si mesma? Afinal mesmo que ela não quisesse ter relações com um homem para engravidar ela poderia tentar inseminação artificial...
O advogado corou até a raiz dos cabelos, mas conseguiu responder:
– Letícia, por favor, olhe a linguagem... Pelo que fui informado a senhora em questão tem uma má formação congênita que a impede de levar a termo uma gravidez, o que ela tentou por duas vezes, mas abortou naturalmente antes do quinto mês.
Letícia não deu a menor atenção ao advogado. Ela tinha problemas demais para se importar como as palavras saiam e ela precisava entender essa coisa direito.
– E como ela pode ter tanta certeza que eu posso fazer isso? Nós não precisamos ter alguma compatibilidade para fazer essa coisa que ela está propondo?
– Testes foram feitos antes da assinatura do contrato. Você não se lembra de ter ido ao médico a pedido de seu pai há um tempo atrás?
Letícia empalideceu.
– Meu Deus! Eu realmente não acredito. Meu pai não faria isso comigo...
– Pelo contrato você precisa gerar pelo menos duas crianças para ela, depois disso você poderá viver onde você quiser...
– Mas durante esse tempo eu devo também me submeter aos caprichos sexuais de uma mulher que eu nunca vi... E para sua informação Dr. Pacheco, EU NÃO SOU LÉSBICA!!
– Eu sei minha filha...
– E pare, por favor, de me chamar de minha filha!
– Me desculpe Letícia, eu realmente não sei mais o que te dizer.
– Então não diga nada. – disse a moça resoluta – me dê a cópia desse contrato que eu quero saber o que eu assinei. E entre em contato com essa mulher e diga a ela para aparecer. Eu quero falar com ela diretamente e não através de advogados.
– Letícia, ninguém diz a Alexia Bloom o que fazer, eu posso apenas sugerir que ela entre em contato.
– Então sugira Dr. Pacheco, sugira.
Pegando o envelope que o advogado lhe estendia, Letícia pegou sua bolsa e seu casaco e se dirigiu para a porta de saída do escritório.
– Passe bem Dr. Pacheco, e mais uma vez muito obrigado por tudo.
O advogado apenas acenou com a cabeça, não tendo forças para enfrentar a ironia da moça.
©
2000 - Ariadne L.