Ariadne L.
Disclaimers
Copyright: Nenhum em relação a utilização de personagens. Essa é uma estória Uber, portanto as personagens são minhas guardando apenas algumas características básicas das personagens de um certo show de tv.
Plágio: Esta Fanfic é uma cópia desavergonhada de uma estória que li a muito tempo publicada pela Abril Cultural em sua série Sabrina chama “A Ilha dos Desejos” (Beware the Beast) de Anne Mather, publicada pela primeira vez em 1976. A situação em bloco é a mesma, bem como várias cenas da referida estória, mas como não poderia deixar de ser a situação principal foi completamente modificada e rearranjada já que esta Fanfic trata da relação entre duas mulheres e não entre um homem e uma mulher.
Sexo: Se os deuses permitirem, muito.
Hurt/Comfort: Muito, reprimido, algum manifestado.
Violência: Nenhuma.
© 2000 Ariadne L.
Comentários construtivos devem ser enviados para ariadne_l@ig.com.br
“A ilha é realmente uma beleza! Paradisíaca!”, pensava Letícia enquanto caminhava ao lado de Alexia. O passeio estava sendo muito agradável e para surpresa de Letícia, a conversa de Alexia podia ser muito interessante. Ela estava falando sobre as várias lendas locais das várias ilhas próximas enquanto mostrava todos os recantos aprazíveis do local. Letícia ouvia embevecida. É claro que ela conhecia muito sobre mitologia em geral, mas o que se aprende em livros ou em cursos não cobre as várias pequenas lenda locais, e esse era uma assunto que Letícia se interessava muito.
Elas já estavam caminhando por quase uma hora. O sol estava quente, o céu de um azul inacreditável quase sem nuvens refletia aquela luz perfeita na água transparente do Mar Egeu. Alexia apontando para um ponto próximo falou:
– Ali fica uma das melhores piscinas naturais daqui da ilha. Vamos até lá.
Letícia concordou com um aceno de cabeça e perguntou:
– Você falou sobre várias lendas locais. Hidros também tem uma lenda, não tem?
– Acho que a lenda de Hidros pode ficar para uma outra oportunidade. A água parece estar ótima, você não quer experimentar?
– Eu não vim preparada para cair na água – Disse Letícia cada vez mais curiosa com esse caso da lenda não contada. Primeiro no avião e agora outra vez Alexia deliberadamente mudava de assunto. “Ah!” pensou ela, “mas eu vou descobrir por que ela não quer falar nisso. O que será que tem essa lenda?”
– Mas nós estamos sozinhas aqui!
– Eu não acredito que você está sugerindo o que eu acho que você está sugerindo!
– E o que você acha que eu estou sugerindo? Alexia perguntou com uma cara muito matreira. Eu só estava pensando que nós poderíamos nadar apenas com a roupa de baixo. – concedeu Alexia – Você está de camiseta e short, tire o short, eu farei a mesma coisa. Não há problema, ninguém vai vir por aqui.
– Eu não estava exatamente preocupada em ser vista por outras pessoas...
– Ah! Entendi! Você acha que eu não vou resistir se você tirar a roupa? Sei... mas não precisa tirar tudo, só uma parte. Vamos, a água está parecendo ótima.
Alexia, dando ação a suas palavras, tirou o short e apenas de camiseta e calcinha mergulhou na água. Foi tão rápido que Letícia nem percebeu o que estava acontecendo até receber os respingos.
– Hei! Cuidado!
– A água está uma maravilha – disse Alexia apenas com a cabeça pra fora e mergulhando em seguida.
Letícia pensou um pouco e resolveu que não precisaria se preocupar, pelo menos não naquele momento. Ela tirou seu short e sentou-se na pedra da borda da piscina, com as pontas dos pés tocando n’água. A água parecia uma maravilha mesmo, e ela estava cheia de calor. “Ah! Com os diabos! Que perigo pode ter?” Ela mergulhou na água cristalina e se viu cercada por uma estranha sensação azul. Parecia até os sonhos que ela andava tendo.
Assim que ela voltou a superfície deu de cara com Alexia que sorria de um jeito muito simples nem parecendo a mesma mulher de alguns dias antes. Primeiro aquele pedido de desculpas tão engraçado. É claro que ela havia ficado aborrecida com os avanços da outra, mas por algum estranho motivo ela realmente acreditou que Alexia só fizera aquilo por que bebera demais. “E por que cargas d’água ela estava tentando encontrar desculpas para as ações de Alexia?”
Alexia por sua vez estava completamente relaxada dentro d’água. Parecia uma criança brincando e apostando quem nadaria mais rápido ou mergulharia mais fundo. Ela era capaz de prender a respiração por muito tempo e acabou ensinando seu “truque” – que nada mais era do que um controle muito preciso da respiração – a Letícia que entrou no jogo e só muito tempo mais tarde se deu conta que estava se divertindo.
Algum tempo depois Alexia disse que já estava na hora delas voltarem e saiu da piscina ajudando Letícia a subir pelas pedras. Segurando a mão da outra Letícia foi seguindo as instruções dadas até estar outra vez no caminho por onde tinham vindo. Elas se vestiram da melhor forma possível, mas as roupas molhadas, grudadas no corpo estavam mostrando mais do que seria seguro em qualquer circunstância. Alexia sugeriu que esperassem um momento sob o sol para secar um pouco as roupas.
Letícia estava se sentindo completamente embaraçada. Ela estava consciente do olhar da outra devorando seu corpo, mas não era exatamente isso que a estava incomodando. Ela não estava conseguindo deixar de olhar para Alexia, e por mais que ela desviasse os olhos, os desobedientes voltavam a observar o que ela estava descobrindo ser o corpo mais perfeito que ela já vira. Até ai, tudo bem, mas era não sentia nada por Alexia, não era? Então por que essa sensação tão estranha em seu estômago? Não, não era no estômago. Era definitivamente mais embaixo. “Oh céus! Eu não acredito. Eu não posso estar sentindo nada por uma mulher, eu tenho certeza que não sou ‘desse tipo’. Eu tenho certeza absoluta. Isso deve ser provavelmente por causa do dia lindo, da paisagem inebriante, do local. É, é isso mesmo. E se eu me lembrar o que exatamente eu estou fazendo aqui e como eu vim parar aqui eu tenho certeza que essa sensação vai embora.” Ela bem que estava tentando, mas seu olhar não se desviava do que ela estava vendo.
Alexia estava sentada numa pedra bem a sua frente com o rosto virado para cima de olhos fechados, como se estivesse se entregando ao sol. Letícia estava se segurando para parar com aquela inspeção, mas seu olhar já estava no contorno dos seios da outra. “Oh céus!” Ela rapidamente se sentou virada para o outro lado, olhando para o mar. Muito mais seguro.
A caminhada de volta foi bastante silenciosa. Alexia estranhou o silêncio de Letícia, mas não achou que devesse intervir. Ela realmente precisava ter muita paciência e de um meio seguro para se aproximar ainda que fosse apenas para manter o clima de camaradagem que elas conseguiram durante o curto passeio.
Logo que chegaram em casa Letícia foi tomar banho e se trocar e pouco tempo depois, após se certificar que Alexia estava ocupada em sua saleta, ela correu para a biblioteca. Ela iria descobrir o “mistério da lenda da ilha” de um jeito ou de outro.
Embora os livros estivessem muito organizados, Letícia demorou um bom tempo para descobrir um sobre lendas locais. Mas ela finalmente encontrou um e depois de verificar se a lenda de Hidros constava no índice geral, ela se sentou confortavelmente no sofá da biblioteca com o livro sobre sua pernas cruzadas. Ela estava tão entretida folheando o livro, enorme por sinal, que não percebeu o movimento as suas costas, só se dando conta da presença de Alexia quando esta lhe puxou o livro das mãos.
– Ah! Não faz isso não. Me deu tanto trabalho encontrar um livro que falasse da lenda de Hidros...
– E porque todos esse interesse pela lenda daqui?
– Mas eu adoro esse assunto. E porque eu não poderia saber sobre a lenda daqui? Qual o problema afinal? Eu já te perguntei duas vezes e você se fez de desentendida. Você não vai me convencer que você não sabe a lenda daqui!
– É claro que sei!
– Então porque você não me contou? Você me contou um monte delas. Qual o problema afinal? Eu não estou conseguindo entender.
– Eu acho melhor você não saber...
– Olha aqui Alexia, não há nada que você possa me dizer que vá realmente me convencer que eu não devo ler sobre um assunto que me interessa. E se você não me deixar ler, eu vou acabar encontrando alguma coisa sobre esse assunto em outro local. Você que me dar o livro por favor.
Letícia estendeu a mão e esperou.
– Está bem. Eu vou te contar. Hidros era o nome de um deus que se apaixonou por uma jovem que não correspondia ao seu amor. Enfurecido ele a raptou e a trouxe para cá. Com o passar do tempo, a jovem percebeu que Hidros não era o monstro que todos diziam e acabou por se apaixonar por ele. Pronto, é isso. É essa a lenda de Hidros.
– Obrigada.
– De nada. – Disse Alexia enquanto saia da biblioteca.
– Alexia.
– Sim.
– O pai da moça não estava envolvido, estava?
Alexia fez uma careta e saiu, deixando Letícia outra vez perdida em pensamentos. Enquanto ouvia, Letícia entendeu por que Alexia não queria que ela soubesse. A lenda local tinha alguma semelhança com a situação das duas, mas que ela soubesse Alexia não “estava apaixonada” e não havia a menor possibilidade que ela viesse a sentir alguma coisa pela outra.continua no Capítulo II parte 6 qcua10
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2000 - Ariadne L.