Quanto custa um amor?

Ariadne L.

 

Disclaimers

Copyright: Nenhum em relação a utilização de personagens. Essa é uma estória Uber, portanto as personagens são minhas guardando apenas algumas características básicas das personagens de um certo show de tv.

Plágio: Esta Fanfic é uma cópia desavergonhada de uma estória que li a muito tempo publicada pela Abril Cultural em sua série Sabrina chama “A Ilha dos Desejos” (Beware the Beast) de Anne Mather, publicada pela primeira vez em 1976. A situação em bloco é a mesma, bem como várias cenas da referida estória, mas como não poderia deixar de ser a situação principal foi completamente modificada e rearranjada já que esta Fanfic trata da relação entre duas mulheres e não entre um homem e uma mulher.

Sexo: Se os deuses permitirem, muito.

Hurt/Comfort: Muito, reprimido, algum manifestado.

Violência: Nenhuma.

© 2000 Ariadne L.

Comentários construtivos devem ser enviados para ariadne_l@hotmail.com

 

Capítulo II
Parte 1

Letícia abriu os olhos na chuvosa manhã do fatídico dia 25. “É hoje”. A moça pensou “é hoje que meu incerto futuro começa”. Aqueles últimos dias tinham sido agitados e muito confusos. Muitas explicações tiveram que ser dadas, aos empregados da casa – principalmente Maria –, aos acionistas principais da empresa de seu pai, a detetive Silva e ao pobre Marcos – que não entendeu nada e ainda ficou irritadíssimo com as desculpas oferecidas, e saiu de sua casa e de sua vida batendo a porta com toda a força. Não que Letícia tenha ficado muito triste com a perda do namorado, mas o rapaz tinha sido um bom amigo, pelo menos era o que ela pensara até o momento em que presenciou a cena que ele armou.

Mas tudo isso tinha ficado para trás. Alexia entrou em contato pessoalmente para informar que iria busca-la no dia 25 as 10 horas da manhã, o que não lhe deixava muito tempo para se levantar e arrumar as últimas coisas, mas Letícia não sabia se queria levantar. Ela tentara não pensar muito durante esses dias no que a esperava, mas agora, nesse exato momento ela estava com muita vontade chorar.

Tudo isso que estava acontecendo não fazia sentido algum na cabeça da moça. Ela não conseguia entender porque seu pai havia feito o que fez, e também não conseguia entender por que alguém iria comprar uma pessoa. Ela não conseguira perceber se a tal Alexia era uma boa pessoa por detrás daquela fachada, mas ela também não sabia se deveria perder seu tempo para tentar entender nada disso. Não havia o que entender. Ela apenas precisava encontrar forças para fazer o que dizia aquele maldito contrato e se livrar dele o mais rápido possível.

Ela iria durante esse tempo, se fosse possível, fazer alguns cursos na Universidade de Atenas, ela havia entrado em contato com alguns ex-professores, e conseguira umas boas indicações. Assim pelo menos o tempo não seria totalmente perdido. E embora a possibilidade de morar na Grécia durante um tempo fosse tudo o que uma estudiosa de Letras Clássicas pudesse querer, ela não podia dizer que estava muito entusiasmada com o preço que deveria pagar por isso.

Letícia estava tentando não pensar em como seria ir para cama com uma mulher, mas parece que o momento estava cada vez mais próximo.

Como se estivesse carregando toneladas sobre sua cabeça, Letícia levantou-se lentamente olhando para a chuva que caía. Talvez o vôo fosse cancelado se chovesse muito. Que esperança! Ela não queria pensar naquele maldito ditado que se infiltrara em sua mente durante esses dias “o que não tem remédio, remediado está”, mas ele era como um refrão de uma música de mau gosto em sua cabeça, o que não a estava ajudando em nada.

Ela olhou no relógio. 8:30. Ela realmente precisava se apressar se quisesse pegar aquele avião. Mas ela não queria pegar avião algum. As lágrimas voltaram a rolar por suas faces. Ela chorara todos os dias desde que saíra do escritório do advogado... “Droga! O que vou fazer?”

– Letícia – Maria chamou batendo na porta. – Você já está de pé?

– Já sim Maria, entra.

A mulher mais velha entrou no quarto e viu Letícia ainda de camisola sentada na cama olhando para a chuva. Maria tinha certeza que estava havendo algum problema terrível, mas por mais que ela tivesse tentado fazer Letícia falar ela não tinha conseguido arrancar uma palavra sequer da moça.

– São oito e meia minha querida, sua amiga não vem te buscar as dez?

A primeira coisa que passou pela cabeça de Letícia foi dizer “Ela não é minha amiga!” Mas foi essa a única classificação para Alexia que ela conseguira arranjar para explicar as coisas a Maria. O que mais ela poderia dizer? Que Alexia era sua dona?

– Eu não dormi muito bem Maria, acho que estava meio agitada. Eu não gosto muito de viajar...

– Que coisa engraçada para você dizer! Pelo que eu saiba, é a única coisa que você tem feito estes últimos anos. Eu recebi suas cartas de vários lugares diferentes.

– Eu ia dizer que não gosto de viajar de avião Maria. Na Europa eu viajava de trem, não de avião.

– Ah! Entendi. Mas vamos, vamos. Vá tomar seu banho que eu acabo de guardar essas coisas na mala. O resto já foi lá para baixo.

– Já estou indo – disse a moça que parecia estar indo para um pelotão de fuzilamento.

– Isso é que eu chamo de animação!

Às nove horas e cinqüenta e cinco minutos, um carro preto enorme parou no portão de entrada da casa de Letícia. Dois rapazes impecavelmente vestidos desceram do carro, um deles abriu a porta para Alexia e os três seguiram para a casa.

Os rapazes, empregados de Alexia, carregaram toda a bagagem da moça para o carro enquanto Letícia se despediu de Maria. Alexia se aproximou da mulher e ofereceu um cartão com seus telefones dizendo a velha empregada para que a procurasse se houvesse qualquer problema com a casa ou com ela. Feito isso ela colocou seu braço no ombro de Letícia e a empurrou gentilmente para o carro.

Elas não falaram muito no trajeto até o aeroporto, mas Letícia era naturalmente falante, e o silêncio não estava ajudando. Sentadas em seus acentos na primeira classe, Letícia tentou puxar conversa.

– Eu posso te fazer uma pergunta?

Alexia olhou para a moça a seu lado e respondeu:

– Você acaba de fazer uma.

– Engraçadinha... Você entendeu exatamente o que perguntei. Não dificulte ainda mais as coisas! – pediu Letícia.

– Desculpe, não consegui resistir –  disse Alexia com um sorriso que não encaixava na imagem que Letícia tinha dela. – pergunte o que quiser, eu só não posso garantir que vá poder responder tudo, mas pergunte assim mesmo, não precisa me pedir autorização.

– Está bem, obrigada – disse Letícia tentando ser polida.

– O que você quer perguntar?

– Por que eu?

– Letícia, eu não acho que você vá acreditar em minha resposta.

– Responda assim mesmo.

– Por que eu me importo com você.

– É mesmo um tanto difícil acreditar nisso.

– Bem, eu te avisei, não?

– É avisou, mas não faz nenhum sentido...

– Tente não se preocupar muito com isso. Talvez você acabe entendendo com o tempo. Relaxe. Durma se quiser...

– Eu não sei se vou conseguir dormir... eu fico... bem, eu fico um pouco nervosa em aviões – disse a moça embaraçada.

– Por que você não avisou Letícia? Eu teria pensado em alguma coisa. Você quer um remédio para dormir?

– Não, não acho que vá fazer nenhum efeito, só vai me deixar mais agitada.

– Bem, então vamos conversar sobre a ilha, afinal é onde você vai morar. Você quer fazer perguntas ou quer que eu vá falando.

– A ilha tem um nome?

– Tem sim, é Hidros. Ela tem esse nome por causa das várias formações rochosas que fazem piscinas naturais. A ilha é repleta de piscinas de água cristalina. E algumas são grandes o suficiente para nadar. A ilha não é muito grande, e fica há umas duas horas de barco e uns 30 minuto de helicóptero de Atenas.

– Você mora sozinha lá?

– Sozinha não. Várias pessoas moram lá, mas minha casa e suas cercanias ocupam quase metade dela. As famílias que moram lá, quase todas trabalham para mim, e são todos muito simpáticos.

– Pelo que eu saiba todas as ilhas do Egeu tem uma lenda, Hdros também tem uma?

Letícia sentiu que o humor de Alexia mudou imediatamente, ela só não conseguiu entender por que uma pergunta boba dessa iria fazer aborrecer alguém. Mas ela não conhecia direito a mulher e algo lhe disse para não forçar demais, pelo menos não agora. Dentro de um avião não haveria muitos locais para uma fuga estratégica. Ela deixou que Alexia falasse sobre a ilha, e para ser totalmente sincera ela realmente ficou interessada no que a outra estava falando. A lenda ela iria descobrir depois, sozinha.

O tempo até passou rápido para uma viagem longa, e Letícia ouvindo a conversa da outra até conseguiu se distrair. Ela por um breve momento acho Alexia simpática, mas ela se lembrou do que teria que fazer e sua opinião mudou outra vez.

continua no Capítulo II parte 2 qcua06

 

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