A Hetaira
Ariadne L.

 

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Os personagens de Xena e Gabrielle são marca registrada da MCA/Universal e Renaissance. Elas são usadas aqui sem intenção de lucro ou de infringir as leis de copyright. O resto da história é marca registrada de Ariadne L. Nenhum aspecto original dessa história poderá ser utilizada em outro lugar sem prévio consentimento, por escrito, da autora. Essa história não poderá ser alterada e esta informação sobre direitos autorais deve sempre aparecer com a história.

 

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Depois de três dias inteiros de viagem sem parar para quase nada, Xena e Gabrielle estavam completamente exaustas. Gab não compreendia o porquê da pressa e por mais que Xena tivesse tentado explicar daquele jeito comedido, ela se sentia muito confusa.

As duas montadas em Argo continuavam seu caminho em direção à Corinto. Xena sentia-se cansada e dolorida, mas mantinha-se atenta e alerta. Gabrielle montava à frente da guerreira, já que como ela mesma dissera na última parada, se alguém não a segurasse, ela iria com certeza cair do cavalo. Gab estava esgotada e um tanto irritada, mas não a ponto de não apreciar o contato próximo das duas naquele momento. Era tão bom sentir os braços de Xena em torno dela! O corpo de Gab tocava apenas o couro da roupa da guerreira, mas seu rosto se apoiava na pele quente e macia daqueles seios tão desejados.

Xena tentava manter-se alheia aos calores causados pelo contato, mas Gab não estava querendo ajudar. Ela já pedira várias vezes durante a viagem para que Gab se comportasse, mas não adiantou muito. É claro que estava gostando, mas desse jeito elas não iriam conseguir chegar a lugar algum.

Três dias antes, as duas estavam numa pequena aldeia, nas proximidades de Amphipolis, quando Xena recebeu um aviso através de um mensageiro enviado por sua mãe. Um recado de uma antiga conhecida sua havia chegado. Agarista pedia que a guerreira fosse o mais rápido possível até Corinto. E pelo que Xena conhecia da mulher, se ela estava pedindo que fosse o “mais rápido possível” a coisa deveria ser muito séria.

Gabrielle tentara descobrir quem era essa tal de Agarista, mas Xena foi bastante sucinta nas explicações: “Uma amiga muito antiga!” ela dissera. E por mais que Gab perguntasse, Xena não dizia nada além disso, o que era na verdade irritante. Elas estavam viajando rápido demais para ajudar uma “amiga muito antiga” e Gab definitivamente não estava gostando. Apenas o calor partilhado naquele exato momento é que impedia que a jovem desse um basta naquela estória de “amiga antiga”.

Xena mantinha-se atenta na estrada, mas ela sabia que depois de três dias teriam que dormir direito pelo menos uma noite antes de continuar. O caminho ainda era longo até Corinto. Ela mal sentia o corpo, bem, ela podia senti-lo somente onde o calor de Gab pulsava. E isso também já não estava mais dando para agüentar. Xena sabia de uma casa onde elas poderiam passar a noite e talvez tomar um banho antes de prosseguir. Um banho viria mesmo a calhar! Ela ainda não descobrira como contar a Gabrielle sobre Agarista, alguma coisa nos olhos da moça a informava que este definitivamente não seria um assunto fácil. Mas era preciso dar um jeito antes de chegarem ao seu destino.

O sol começava a perder sua intensidade, e estava esfriando um pouco. Aquele inverno realmente ia ser duro! Enquanto pensava e continuava seu trajeto Xena avistou o vilarejo ao longe, lá em baixo no vale. Bem, mais umas poucas horas e elas teriam algum descanso, e uma conversa, com certeza, difícil. Xena apesar de sentir os braços sem força apertou mais as rédeas com umas das mãos e com a mão livre acariciou o rosto de Gab dizendo: – Nós vamos parar naquele vilarejo essa noite! Conheço alguém que poderá nos abrigar! Ao que Gab respondeu um pouco mal humorada:

– Já não era sem tempo! Eu estou muito cansada! Só espero que você possa me dar alguma explicação para essa pressa toda!

– Vou tentar querida, eu juro que vou tentar!

Dizendo isso Xena afagou mais uma vez a face da amiga, virando com suavidade o rosto da moça para alcançar seus lábios. As bocas se tocaram levemente. Xena sentiu a moça relaxar um pouco daquela irritação. Beijar Gabrielle era sempre uma experiência gratificante, completa. Gab era jovem, mas parecia saber exatamente o que fazer para deixar a guerreira sem ação. O beijo leve se transformara numa experiência devastadora. Gab havia se virado inteiramente em direção a guerreira e a abraçava de uma forma muito sensual. Xena interrompeu o beijo, um tanto sem fôlego, e disse sorrindo:

– Querida, vamos chegar logo em algum lugar, eu realmente preciso continuar isso, mas não aqui em cima de Argo!

Gabrielle sorriu, a irritação esquecida, porém ela respondeu:

– Vamos logo então! Mas não pense que por causa disso que estou aqui me segurando para não fazer agora com você, eu vou me esquecer que você tem algumas coisas para explicar!

– Certo, disse Xena, mas vamos rápido! O vilarejo está próximo!

Xena forçou Argo para que esta, apesar do peso fosse um pouco mais rápido. E alguns momentos depois elas estavam na tal propriedade dos conhecidos de Xena que, imediatamente, concordaram que as duas e mais a égua passassem a noite no celeiro.

Banho, nem pensar, mas elas conseguiram umas tinas com água, o que dava pelo menos para tirar a poeira da estrada.

Tão logo os rapazes que vieram trazer a água e a comida saíram, Gabrielle se aproximou de Xena e começou a tirar a parte metálica da roupa da guerreira enquanto perguntava com uma voz extremamente suave:

– Agora você vai me falar sobre essa sua “amiga antiga”, não é mesmo?

Xena olhou nos olhos da moça e percebeu que apesar de toda aquela suavidade, iria desabar uma grande tempestade se ela não fosse muito habilidosa na explicação. Gab deixou os metais de Xena escorregarem de suas mãos para o chão e tocou no rosto da outra respondendo ao olhar.

A guerreira deu um meio sorriso e disse:

– Querida, deixe eu fechar a porta primeiro... os rapazes podem... querer voltar por alguma razão. Nós vamos falar sobre isso, mas eu pensei que você quisesse, bem... você sabe o quê... antes de entrarmos no assunto. Disse Xena tentando ganhar tempo.

– Tudo bem, feche a porta! Mas a conversa vem antes! Eu sei o que você está pretendendo... a conversa vem antes!

– Está bem! disse a guerreira vencida – O que você quer saber afinal?

– Como assim o que quero saber? Você sabe o que quero saber! Não faça essa cara Xena, eu te conheço muito bem! Você está apenas tentando ganhar tempo para me contar sobre a tal de Agarista. Eu quero saber! Agora!

Gabrielle estava com as faces vermelhas e Xena que numa luta ganharia facilmente de Gab, sentiu-se muito frágil diante da resolução que via diante de si.

– Está bem! disse ela afinal – vou te contar, mas eu não quero que você se aborreça por causa de uma coisa que aconteceu há muito tempo.

Apaziguada pela concordância da guerreira em afinal contar sobre o que estava acontecendo, Gabrielle continuou sua tarefa inicial, retirando a roupa de couro da amiga e passando pelo corpo da outra um pano úmido. As mãos de Gab deslizavam pelo rosto, braços e pernas de Xena, enquanto ouvia atenta a história de Agarista.

Xena sensível ao toque suave de Gabrielle, começou a lembrar:

“Foi há muito tempo atrás, pouco antes que eu encontrasse César pela primeira vez, eu possuía um navio que usava para submeter e saquear algumas cidades próximas a Amphipolis, e em uma dessas cidades, bem, era mais uma aldeia, eu recebi como pagamento de tributo um grupo de escravos, e entre eles havia uma mulher, mas velha do que eu. Ela parecia bonita, mas estava usando uma roupa tão rasgada e estava tão suja, que não dava para saber exatamente como ela era. Eu nunca gostei muito dessa história de escravos. Os homens eu deixei aos cuidados de meu auxiliar, para que ele os aproveitasse para os trabalhos no barco, e essa mulher, que era a única no grupo, eu resolvi que, pelo menos naquele momento, seria uma espécie de serva para mim. Fomos a casa de banhos na aldeia, onde ela tirou toda aquela sujeira. Afinal era realmente muito bonita, ainda que os cabelos estivessem muito embaraçados e tivéssemos que cortá-los bem curtos, mas eles eram negros, assim como os olhos. Agarista era seu nome.

Com o passar dos dias, eu fui descobrindo algumas coisas sobre ela. Era de Corinto, onde tinha uma grande casa cheia de servos e servas. Ela acabou me dizendo também que, lá, desempenhava a mais antiga das funções: era uma hetaira!”

– Você está me dizendo que essa tal de Agarista era uma prostituta? Perguntou Gab com alguma incredulidade.

– Você vai querer saber o resto, ou vai ficar me interrompendo a toda hora?

– Está bem, fala, mas eu quero saber isso de hetaira direitinho!

Xena continuou com as suas reminiscências:

“Ela disse que era uma hetaira bastante famosa em Corinto, e que era interessada em poesia, teatro e fazia em sua casa serões com muitos convidados ligados às artes e à filosofia em geral. Nesses serões eram feitos leilões onde cada participante deveria mostrar o melhor de seu trabalho, e o vencedor, por aclamação dos demais, era o escolhido para passar a noite na casa dela. Ela também falou que ganhava bastante dinheiro com essa função, mas gastava uma boa parte promovendo autores teatrais, artistas e que ela era muito considerada no meio artístico.

Eu perguntei a ela como havia se tornado uma escrava, ao que ela respondeu apenas: – por ciúmes!

Mais tarde eu consegui entender melhor essa história, mas acho que não é isso que você quer saber. Eu tinha simpatizado bastante com ela, e resolvi que a levaria de volta a Corinto e aos seus. Ela ficou muito agradecida, e...”

– “E...” o quê?

– Calma Gabby, eu estou contando, não estou? Deixa eu ir contando do meu jeito! A contadora de histórias aqui é você, eu não tenho sua habilidade!

– Você está indo muito bem, mas vá mais rápido, sim?

Xena sorriu e continuou: “Eu não entendi até hoje o que aconteceu ou porque aconteceu, mas depois que decidi que iríamos para Corinto e eu a deixaria partir, ela começou a me olhar de um jeito estranho, e numa noite quando eu estava dormindo, acordei com ela deitada ao meu lado me acariciando.

Eu nunca tinha estado antes com uma mulher, e acho que ainda não havia pensado na possibilidade, mas naquele momento, não sei se porque eu estava sozinha há muito tempo ou simplesmente não tinha acordado inteiramente, aceitei as carícias dela e nós, bem... nós fizemos amor!”

– Você está me dizendo que ela foi sua amante? A primeira? Perguntou Gab muito séria.

– Querida – começou Xena – eu estou fazendo o que você me pediu para fazer. Estou te contando o que aconteceu, e quem é Agarista. Eu estava um tanto temerosa por te contar isso, mas é a verdade.

– Mas ela foi sua amante? É isso?

– Bem, sim, mas por poucos dias, foi só até chegarmos em Corinto! E eu não estava apaixonada, ou nada semelhante, eu só estava intrigada e curiosa. Eu não sei porque ela começou aquilo, não sei mesmo.

– Acho que não gostei muito dessa sua história! Não gostei principalmente porque você está indo para lá agora com essa pressa toda. Nem sei porque eu estou indo junto. Por que você está me levando? Uma pessoa do seu passado, a quem você não vê há tanto tempo te chama e você sai correndo e...

– Querida você não percebe? Perguntou Xena docemente.

– O quê?

– Gabrielle, eu não iria a parte alguma sem você. E se estou indo com tanta pressa é porque sei que não é do feitio dela pedir ajuda, e se está pedindo deve ser algum problema muito sério. E como você mesma disse ela é uma pessoa do meu passado, você é meu presente e meu futuro... eu amo você Gabrielle, você tem dúvidas a respeito?

– Não, acho que não, mas eu realmente não sei se gosto da idéia de você estar indo ao encontro de uma hetaira ex-amante que ainda é sua escrava, pelo que eu entendi, e com toda essa pressa!

Xena deu uma risadinha e respondeu – Ela ainda é minha escrava mesmo! ela não quis que eu a libertasse! Mas isso nunca me incomodou, ou a ela durante todo esse tempo. E não deveria te incomodar também. Nós já estamos juntas há bastante tempo querida, ninguém sabe tanto sobre mim, ou me conhece melhor do que você. Se estou te contando essa parte de meu passado é apenas para que você entenda o que está acontecendo, não há a menor possibilidade que eu tenha alguma coisa com ela, se é isso que está te incomodando, eu amo você, só você.

Ao dizer essas palavras, Xena se aproximou ainda mais de Gab que continuava a sua tarefa de tirar o “pó da estrada” do corpo da outra. Xena a abraçou e tomou o pano de sua mãos dizendo: – Acho que não tenho mais pó nenhum querida, deixa eu te ajudar agora.

A luminosidade do celeiro era muito tênue, não era possível ver muitos detalhes, mas Xena já os sabia de cor.

A luz já não era mais necessária, embora ela gostasse muito de observar cada pequena curva do corpo de sua querida. Ela sentia que apesar das acomodações precárias, essa teria que ser uma noite especial, ela teria que assegurar a Gabrielle que nada, absolutamente nada, poderia se interpor entre elas. Xena sentia a dúvida surgindo nos olhos de Gab, mas ela não podia deixar de contar sobre Agarista, as duas estavam indo para lá, para a casa dela, se ela não tivesse contado, teria sido muito pior. Gabrielle poderia imaginar algo bem diferente.

Gab estava estranhamente calada aceitando passivamente o toque de Xena que tomara seu lugar e passava com suavidade o tecido úmido pelo corpo da outra. Xena podia sentir a tensão dos músculos do ombro e pescoço da moça, ela não estava bem afinal, a tal explicação sobre Agarista havia permitido que uma sombra tênue descesse sobre elas. Era com certeza uma história do passado, mas elas estavam se dirigindo para lá agora.

– Gabrielle – chamou  Xena baixinho – o que houve? Você está preocupada com isso que te contei?

– Não sei se preocupada, mas estou me sentindo estranha. Talvez eu não tivesse ainda pensado realmente em você com uma outra pessoa. Sei lá, isso está me deixando com uma sensação diferente.

– Querida, mas por que? Você tem dúvidas a respeito do que sinto por você?

– Talvez. Se não houvesse nenhuma dúvida em mim, eu não iria me sentir assim, não é?

– Gabrielle você não acredita em mim quando digo que te amo? Perguntou Xena com uma certa incredulidade na voz.

– Pode ser que eu esteja apenas confundindo as coisas – disse Gabrielle pegando as mãos da outra e trazendo até os lábios – é que eu não tinha me dado conta até agora do quanto essas coisas poderiam me incomodar! Estou com ciúmes! Acho que eu queria ter sido a primeira para você também – Gabrielle apertou mais as mãos de Xena contra seus lábios e abaixou os olhos.

Xena não sabia o que dizer, não naquele momento. Ela sentia a emoção da outra ao dizer aquilo, e ela ficou confusa com tamanha manifestação de afeto. Sim elas eram amantes, e Gab, não era a primeira, mas Xena não conseguia lembrar ter se sentido amada desse jeito antes. Ela queria poder dar todas as certezas, mas ela não sabia como fazer isso. Ela sentiu os lábios de Gabrielle tocando suas mãos, no dorso, nas palmas... e aquele calor tão familiar chegando outra vez de mansinho. Xena deixou que Gabrielle continuasse com seus carinhos, enquanto tentava controlar aquela vontade intensa de tomá-la com a violência de suas sensações. Ela não queria machucar Gab e era sempre aquela batalha para segurar o ímpeto.

A noite estava fria e ventava muito lá fora, o celeiro era relativamente protegido, mas rajadas de vento entravam pela abertura do teto. Era possível também ver que, apesar do frio, o céu estava claro com a luz tênue do luar. Numa rajada mais forte a pequena candeia de azeite se apagou.

A princípio a única coisa que Gab podia ver era a escuridão, mas logo seus olhos se acostumaram à luminosidade do luar e ela pôde ver Xena outra vez. Ela estava sorrindo. E seus olhos pareciam brilhar muito.

– Por que você está sorrindo? Perguntou Gabrielle.

– Acho que eu nunca havia percebido como você fica linda nessa luz. Muito linda! Eu sei que você está se sentindo estranha, mas...

– Mas... eu também quero, eu preciso de você, agora, nesse instante – e fazendo que seus gestos acompanhassem as palavras, Gabrielle, com a habilidade adquirida há não tanto tempo assim, acabou de despir a amiga. O corpo de Xena era lindo, ela não conseguia nem imaginar que outras pessoas já o tivessem acariciado... “Não” ela pensou, “Não vou pensar nisso agora! Não posso pensar nisso agora!” Xena retirava seu top e olhava maravilhada para a visão dos seios de Gab! Ela precisava ver a amiga por inteiro naquela luz. Gabrielle a abraçou, mas Xena pediu:

– Espere, eu preciso te ver querida, eu realmente preciso te ver!

Gabrielle sorriu. Ela gostava de sentir a necessidade da outra, ela gostava de sentir o quanto Xena a desejava. Ela permitiu que a guerreira retirasse sua saia e suas roupas íntimas, e a puxasse com suavidade para as cobertas estendidas sobre a palha fofa do celeiro. Ela não entendeu de imediato por que Xena não a abraçava, ela precisava sentir o calor daquele corpo. A lua em sua caminhada noturna iluminava com mais intensidade o interior do celeiro, ou então seus olhos já haviam se habituado completamente àquela luz. E ela viu o rosto da amiga, os olhos azuis brilhavam como duas pedras preciosas e só então percebeu que Xena apenas olhava. Sua respiração estava acelerada, mas a única coisa que ela estava fazendo era olhar para seu corpo nu deitado à luz do luar. Gab estendeu os braços e acariciou o rosto de sua amada e disse quase num sussurro: – vem! E ela viu o sorriso da guerreira se abrir daquele jeito que só via naquelas horas de intimidade.

Xena não conseguia falar muita coisa, já não era de muitas palavras, mas diante de Gabrielle, a desejando tão intensamente ela só conseguia sentir. Uma das mãos da guerreira tocou com leveza um dos seios de Gab, enquanto sua boca achava o caminho para o outro dando pequenos beijos desde seu abdômen. A pele de Gabrielle era tão lisa, quente. Xena gostava daquele calor. Quando sua boca alcançou o objetivo, Gab gemeu e acariciou os cabelos da outra puxando-os para trazer seu rosto mais perto. As bocas estavam próximas, quase se tocando, mas as duas se olhavam e sentiam as respirações uma da outra. Gabrielle ainda segurava com vigor os cabelos da guerreira, como se não quisesse que ela se mexesse. Xena apenas passou a língua pelos lábios para umedecê-los, e ouviu a voz um pouco rouca de Gab dizer: – Assim eu enlouqueço!

Gabrielle beijou os lábios da guerreira com violência, trazendo seu corpo para mais perto. Xena sentiu as mãos de Gab relaxarem um pouco em sua cabeça, soltarem seus cabelos e descerem pelas suas costas. Ela realmente gostava daquela mistura de violência e suavidade de sua amante. Gabrielle tinha o poder de mantê-la completamente absorvida no ato de amor, e ela gostava disso. Xena sentia o corpo quente de Gab sob o seu. Apesar do frio que começava a entrar pelas frestas as duas pareciam não se incomodar com isso. O calor nascido delas bastava para aquecê-las. Inteiramente envolvida no abraço doce e feroz de Gab, Xena não conseguiu deixar de pensar por um rápido momento na surpresa da descoberta das habilidades da moça para dar prazer à sua guerreira. Xena sabia que ela havia sido a primeira, onde Gab teria aprendido tudo aquilo?

– Pelos deuses Gabrielle! Eu te amo tanto! – disse Xena ao sentir as mãos da outra acariciarem suas nádegas e pressionarem seu corpo para mais junto do dela.

Gabrielle absorvida, nem falava, aquela fome intensa pelo corpo de Xena a estava deixando perturbada, ela sentia uma tal necessidade, que as vezes pensava que iria enlouquecer. Ela queria tudo, ela precisava... “Ah! o que era aquilo?”

Com um pequeno gemido, Gabrielle abriu mais suas pernas ao sentir a mão de Xena tocar seu sexo. Os dedos da guerreira eram firmes e mantinham um ritmo crescente durante muito tempo, o tempo que fosse necessário. Ela sentia os dedos de Xena deslizarem facilmente no excesso incontrolável de líqüidos. Gabrielle sentiu a boca da amiga outra vez em seus seios. Aquilo era simplesmente uma delícia! Ela tentou alcançar o sexo de Xena, mas antes que chegasse lá, ela sentiu o movimento de descida da amiga que sem retirar seus dedos ou perder o ritmo, beijava todo o trajeto até o abrigo final entre as pernas da moça.

Xena amava o gosto de Gab. Acomodando sua cabeça entre as coxas da outra deleitou-se até ouvir o canto de prazer de sua amada.

A noite havia sido movimentada, mas o dia amanhecia afinal. Gabrielle despertou e gostou de sentir Xena ainda dentro de seu abraço. Ela podia sentir o calor do corpo da guerreira unido ao seu. E ela amou Xena ainda mais por não ter saído e continuado com aquela correria para ir ao encontro da tal hetaira. Gabby entendera o problema, mas ela não poderia dizer que havia gostado da idéia. Ela tratou de aproveitar um pouco mais aquele momento. O rosto de Xena estava tão próximo, ela podia sentir o calor de sua respiração. Ela sabia que qualquer movimento agora acordaria a outra, mas foi impossível se conter. Ela beijou os lábios da guerreira, que imediatamente correspondeu com uma violência maior do que a habitual. Xena ainda não havia acordado de todo, mas assim que acordou o beijo se tornou mais suave.

– Bom dia querida – disse ela ao desprender-se dos lábios de Gab – dormiu bem?

– Dormi sim, muito bem. Nós já temos que ir ou podemos ficar aqui só mais um pouquinho?

– Podemos ficar mais, acho que depois de resolvido esse problema, nós deveríamos passar um tempo juntas em algum lugar calmo, só nós duas, sem nenhum problema por perto para resolver. Tenho a impressão que o mundo pode se virar sem nós por alguns dias.

– Ah, Xena, podemos mesmo? Eu adoraria!

– É uma promessa! Eu também preciso disso querida, tanto quanto você. Mas deixa eu te abraçar mais um pouco. Nós não podemos esperar demais, eu realmente gostaria de chegar em nosso destino o mais rápido possível.

Continua na parte 2

 

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